No mês de combate às hepatites virais, saiba mais sobre os tipos de hepatite e aprenda a se proteger contra cada um deles

O Julho Amarelo é uma campanha que acontece durante todo o mês e visa conscientizar a população sobre o que são as hepatites virais. A hepatite é uma doença silenciosa e, muitas vezes, seus sintomas passam despercebidos até que seja desencadeada alguma complicação. O melhor caminho para prevenir a hepatite é entendendo as principais características da doença.

Portanto, é muito importante conhecer as formas de transmissão, os tipos de vírus, os tratamentos disponíveis e como se proteger.

O que são hepatites virais?

A hepatite é uma inflamação no fígado, segundo maior órgão do corpo humano, vital para o funcionamento do corpo e responsável pela desintoxicação do organismo. Em estágios avançados, essa doença impacta gravemente o funcionamento do fígado, resultando em complicações como insuficiência hepática, fibrose avançada e cirrose. Algumas dessas complicações podem levar à necessidade de transplante ou ao desenvolvimento de câncer hepático.

Na maioria dos casos, a hepatite é causada por uma infecção viral e pode ser aguda, isto é, surge repentinamente e depois desaparece; ou crônica, condição de longo prazo que geralmente produz sintomas sutis e danos progressivos ao fígado.

As hepatites virais levam à morte mais de 1 milhão de pessoas no mundo, por ano. Os dados do Ministério da Saúde ainda revelam que, no Brasil, a hepatite já atingiu mais de 680 mil pessoas nos últimos 21 anos.

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Principais sintomas

Quais são os tipos de hepatites?

Existem vários tipos de hepatites e elas podem ser causadas por vírus, como também por outros fatores, como doenças genéticas ou autoimunes, ou pelo uso excessivo de álcool, medicamentos e drogas.

Existem cinco tipos de hepatites virais no mundo e elas são nomeadas por letras. As hepatites A, B e C são as mais comuns no Brasil. Já a D acontece com menos frequência e a hepatite E é a mais rara, encontrada com maior facilidade em países da África e da Ásia.

Entenda melhor sobre cada uma delas:

Hepatite A

Também conhecida como hepatite infecciosa, a sua principal forma de transmissão é por meio de água e alimentos contaminados ou por contato inter-humano. Ou seja, a disseminação está relacionada às condições de saneamento básico, ao nível socioeconômico, ao grau de educação sanitária e às condições de higiene da população.

Principais formas de transmissão:

• Fecal-oral (fezes e boca) na água ou alimentos impróprios para consumo.
• Baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal.
• Contatos pessoais próximos com indivíduos infectados.
• Relações sexuais desprotegidas.

Como se prevenir: o saneamento básico e o tratamento da água para consumo são estratégias efetivas de prevenção da hepatite A. Também é importante manter hábitos de higiene como lavar as mãos frequentemente, sobretudo depois de ir ao banheiro ou trocar fraldas e, claro, antes de comer ou preparar refeições. Higienizar os alimentos que serão comidos crus com água tratada, clorada ou fervida. Evitar contato com chafarizes, água de enchentes e esgoto ao céu aberto.

Diagnóstico e tratamento: a hepatite A não possui tratamento específico e sua principal forma de prevenção é a vacina. Ela está disponível no SUS, como dose única, para crianças de 15 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade. Também é possível se vacinar nos serviços privados em qualquer idade a partir de 12 meses. Já o diagnóstico se faz por meio de exame de sangue.

Hepatite B 

Ela é classificada como uma infecção sexualmente transmissível (IST). Normalmente, se resolve espontaneamente em até seis meses, mas também pode se manifestar de forma crônica, como a hepatite C.

Principais formas de transmissão:

• Relações sexuais desprotegidas e transmissão de mãe para filho durante gestação ou parto.
• Compartilhamento de materiais com sangue contaminado como seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e objetos usados no uso compartilhado de drogas.
• Reutilização ou má esterilização de equipamentos médicos, de manicure, higiene ou tatuagem.

Como se prevenir: evite contato com fluídos corporais usando preservativo durante a relação sexual. Evite compartilhar itens de uso pessoal e sempre peça a esterilização de objetos perfurocortantes em caso de utilização. No caso de gestantes, também é muito importante a realização do pré-natal e exames de detecção da doença.

Diagnóstico e tratamento: a hepatite B tem vacina, ela está disponível para pessoas de todas as idades pelo SUS e está prevista no Calendário de Vacinação Infantil. O Ministério da Saúde distribui testes rápidos para que gestantes os realizem, devido à grande incidência em crianças. Apesar de não ter cura, os medicamentos antivirais retardam a progressão da cirrose, reduzem a incidência de câncer e melhoram a sobrevida do paciente.

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Hepatite C 

Essa é a campeã de casos no Brasil e se manifesta de forma crônica, na maioria dos casos. Ela também é considerada como uma epidemia, pois a sua taxa de mortalidade pode ser comparada, por exemplo, às do HIV e da tuberculose.

Principais formas de transmissão:

• Em contato com o sangue contaminado em agulhas, seringas e objetos usados no uso compartilhado de drogas.
• Reutilização ou má esterilização de equipamentos médicos, de manicure, higiene ou tatuagem.
• Procedimentos invasivos (hemodiálise, cirurgia, transfusão etc.) sem os devidos cuidados de biossegurança.
• Sexo desprotegido e transmissão de mãe para filho durante gestação ou parto (menos comuns).

Como se prevenir: evite contato com fluídos corporais de outras pessoas sem proteção, não compartilhe ou use objetos cortantes, pois podem estar contaminados. No caso de grávidas, é importante realizar o pré-natal e os exames para detectar a doença, evitando a transmissão de mãe para filho. Esse tipo de hepatite não existe vacina que atue preventivamente, por isso é importante reforçar os cuidados para evitar a contaminação.

Diagnóstico e tratamento: o Ministério da Saúde distribui testes rápidos que podem ser feitos periodicamente pelas populações mais vulneráveis. Medicamentos antivirais permitem a cura da doença se administrados por 8 a 12 semanas, pois apresentam uma taxa de sucesso de 95%.

Hepatite D

Com recorrência mais discreta, a presença do vírus do tipo B no organismo permite que a hepatite D (ou Delta) infecte a pessoa. Portanto, suas formas de transmissão são idênticas às da hepatite B, assim como a prevenção – a vacina do tipo B imuniza também contra o tipo D.

Como se prevenir: evite contato com fluídos corporais usando preservativo durante a relação sexual. Evite compartilhar itens de uso pessoal e sempre peça a esterilização de objetos perfurocortantes em caso de utilização. No caso de gestantes, também é muito importante a realização do pré-natal e exames de detecção da doença.

Diagnóstico e tratamento: a vacinação contra a hepatite B já imuniza o tipo D. A vacina está disponível para pessoas de todas as idades pelo SUS e está prevista no Calendário de Vacinação Infantil.

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Hepatite E

A hepatite E é muita rara no Brasil, sendo encontrada com maior facilidade na África e na Ásia. No entanto, suas formas de transmissão e sintomas são muito semelhantes às do vírus A. Ou seja, a via fecal-oral e o consumo de água contaminada transmitem a hepatite E. Um ponto de atenção é que ela pode se manifestar de forma grave em gestantes.

Como se prevenir: as melhores estratégias para prevenir a hepatite e são a melhoria das condições de saneamento básico, o tratamento da água e os hábitos de higiene pessoal. Também é importante evitar o contato com locais que tenham esgoto a céu aberto e águas possivelmente contaminadas.

Proteja seu fígado, você só tem esse

Fique atento às formas de transmissão, aos exames de rotina e consulte seu médico em caso de qualquer suspeita da doença. Descuidar um pouco e cometer um deslize, já é o suficiente para comprometer a sua saúde e o seu fígado.

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