A esclerose múltipla é uma doença neurológica e cheia de estigmas, conheça mais a doença, seus sintomas e causas

A Esclerose Múltipla é uma condição potencialmente incapacitante do cérebro e da medula espinhal (sistema nervoso central), ou seja, dificulta a comunicação ideal entre o cérebro e o corpo. Há tratamentos que auxiliam na qualidade de vida do paciente, mas, até o momento, não existe cura.

Estima-se que 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo tenham esclerose múltipla, sendo 40 mil no Brasil. Uma das dificuldades de diagnóstico é que as pessoas muitas vezes não conhecem os sintomas da esclerose múltipla e acabam ignorando os sinais. A doença começa devagar e os primeiros sintomas podem parecer inofensivos.

Portanto, é muito importante reconhecer os sinais e sintomas para procurar o tratamento mais rápido possível a fim de evitar a progressão da doença. Em comemoração ao Dia Mundial da Esclerose Múltipla (30/05), conheça mais sobre o tema!

O que é esclerose múltipla?

A esclerose múltipla é uma doença crônica do sistema nervoso central, que inclui o cérebro e a medula espinhal. Nesta condição, o sistema imunológico ataca a bainha de mielina, uma capa de proteção dos neurônios, causando inflamação e danos. Isso pode resultar em uma variedade de sintomas, dependendo da área do sistema nervoso central que foi afetada.

Essa doença é classificada como degenerativa e pode ser debilitante, pois causa danos em todas as áreas do corpo. É importante identificá-la e iniciar o tratamento o quanto antes para reduzir ao máximo os danos.

Leia também: Saúde feminina – a importância dos exames de rotina

Sintomas

Os sintomas da esclerose múltipla são variados e dependem da área de inflamação no cérebro e na medula espinhal. Na primeira fase, os sintomas são sutis, sendo breves que acontecem a qualquer momento e duram apenas uma semana. Com isso, é comum que as pessoas não deem importância e não busquem investigar.

Quando o quadro começa a evoluir, os sintomas costumam ter mais impactos como:

• Dormência, formigamento ou fraqueza em um ou mais membros.
• Perda de força ou destreza em uma perna ou mão.
• Problemas de visão (baixa visão, visão dupla, visão turva ou clara, etc).
• Vertigem.
• Tontura.
• Fadiga.

Conforme a doença progride, outros sintomas mais graves podem aparecer:

• Dificuldade de andar.
• Problemas de coordenação e equilíbrio: movimentos trêmulos e irregulares.
• Paralisias parciais ou completas.
• Espasmos e contrações musculares involuntárias
• Problemas de fala, linguagem prejudicada, lenta com sussurros e titubeações.
• Perda de memória.
• Problemas para controlar a bexiga e/ou o intestino.
• Demência (em casos mais graves).

Tipos de Esclerose Múltipla

– Esclerose múltipla remitente-recorrente (EMRR): é o tipo mais comum. Nele, há períodos de surtos seguidos de melhoras completas ou com leves sequelas. Não ocorrem pioras entre um surto e outro.

– Esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP): está presente em 15% a 20% dos pacientes. Neste tipo, as pessoas com Esclerose Múltipla não se recuperam totalmente das crises e acumulam sequelas. Esta fase também é marcada pela progressão da doença sem que haja surtos.

– Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP): neste tipo, as crises pioram gradativamente, lenta e constantemente. Ela ocorre entre 10% a 15% dos casos e o diagnóstico é mais difícil, uma vez que não há surtos bem definidos e é preciso verificar a piora progressiva dos últimos 12 meses. Algumas pessoas vivem por anos sem incapacidades graves, enquanto outras as têm desde o diagnóstico.

– Esclerose múltipla progressiva com surtos (EMPS): essa forma é mais rara, acometendo menos de 5% dos pacientes. Ela tem início progressivo com surtos bem definidos, é uma forma mais rápida e agressiva, e até mesmo o período entre os surtos tem progressão contínua.

Leia também: Saúde da tireoide – o que você precisa saber

Causa

A causa exata da esclerose múltipla é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e fatores ambientais. A falta de vitamina D também está relacionada, assim como o tabagismo, obesidade e infecções virais na infância (vírus Epstein-Barr).

A doença pode ocorrer em qualquer idade, mas a faixa etária mais afetada costuma ser dos 20 aos 40 anos.

Diagnóstico

O diagnóstico é geralmente feito por meio de avaliação clínica, em que o médico analisa os sinais, sintomas e estímulos do sistema nervoso por meio de testes físicos. Exames de imagem, como ressonância magnética, também são utilizar para verificar o cérebro e medula espinhal. Em alguns casos, também podem ser solicitados exames de sangue e punção lombar (líquido cefalorraquidiano).

Tratamento

Embora não haja cura para a esclerose múltipla, existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a gerenciar os sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.

Existem diversos remédios (injetáveis, endovenosos, orais, subcutâneos, entre outros), e o médico deve avaliar a resposta à medicação, uma vez que cada paciente pode responder de uma maneira.

Além disso, o ideal é que o paciente tenha o apoio de uma equipe multidisciplinar que, além do neurologista, também conte com oftalmologista, fisioterapeuta, gastroenterologista, psicólogo, psiquiatra, urologista e fonoaudiólogo.

A conscientização e a busca pelo tratamento são primordiais, por isso foi criado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, comemorado em 30 de maio. Você pode ajudar compartilhando esse conteúdo em suas redes sociais!